Por favor, não
temas, não lhe farei mal.
Eu não sou vagabundo,
nem um marginal.
Não lhe peço
dinheiro, ou piedade.
Posso não
parecer, mas, sou um ser humano de verdade.
Sei que estou
imundo.
Mas, sou igual a
todo mundo.
Não sou animal,
apesar de viver como tal.
Talvez, minhas
roupas sujas ou minha barba por fazer, lhe traga má impressão.
Pode ficar
tranqüila, tenho coração.
Um coração, triste,
machucado.
Chagado.
Mas não
amargurado.
Vivo nas ruas,
não tenho casa.
Não tenho
trabalho, nem mesmo um amor.
Apesar disso,
não sofro, não guardo rancor.
Como companhia;
tenho a noite e o dia.
A lua e sol. O
frio e o calor. O vento e a chuva.
Mas, não se
iluda.
Eu não desanimo.
Pois, me vejo
sorrindo.
Num futuro a
chegar:
Eu no meu
barraco, lindo, para me esquentar,
Com água quente para
me banhar.
E eu bonito, podendo
me cuidar.
Aí você comigo,
não vai mais se assustar.
Mas por enquanto
deixe-me aqui.
Não tenho para
onde ir. Estou com fome.
Desculpe!
Não se assuste!
Mas, vou mexer
no seu lixo, não queira me escorraçar.
Preciso me
alimentar.
Depois. Irei
embora, não vou nem olhar para traz.
Com certeza não nos
veremos jamais.
Seja feliz e
tenha muita paz.
Marc Souza
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