José Carlos sempre foi uma pessoa avessa a brincadeiras. Mostrava sempre
um semblante sério e raramente ria. Neide, sua esposa, era totalmente diferente.
O oposto dele. Vivia sorrindo. Passava o tempo todo fazendo brincadeiras com os
amigos. Sempre com um sorriso no rosto. Sempre feliz.
Apesar das diferenças entre ambos, para os amigos, eles formavam um casal
perfeito. Opostos em suas características, mas, perfeitamente iguais quando se
tratava de amor. Eles se amavam muito. E, isso é que era o importante.
Todos os finais de semana eram a mesma coisa; a casa do casal vivia
abarrotada de amigos. Era uma festa. Mas, enquanto Neide vivia fazendo parte
das brincadeiras, José observava sério. Vez ou outra sorria discretamente. No
entanto, apesar do semblante sério de José, todos percebiam que ele ficava
feliz por estarem ali.
Foi
numa dessas ocasiões que algo inusitado aconteceu. Ou, n...
Nesse dia José Carlos acordou bem cedo. Preparou o café da manhã e
levou-o para Neide que ainda dormia, acordando-a com um beijo. Em silêncio,
deixou a bandeja com o café no colo da esposa, deu-lhe outro beijo e saiu. Foi
encontrado, minutos depois pela esposa no quarto dos fundos, trancado. Neide,
preocupada com os amigos que estavam para chegar, deixou-o lá, sem se preocupar
com o que poderia estar acontecendo.
Os
amigos logo chegaram, no entanto, José não saía do quarto. Não demorou muito
para que todos ficassem intrigados com a atitude de José. Afinal, o que ele
estaria fazendo trancado naquele quarto?
Não demorou muito e José apareceu.
Com um sorriso no rosto, fato que deixou todos ainda mais curiosos convidou
todos a irem ao quarto.
Ao entrarem no quarto, se depararam com uma
cena inusitada. Nos fundos havia um palco improvisado. Sem nada dizer, José
acomodou a todos e foi para trás das cortinas.
A cortina se abriu, então, a
surpresa: José no centro do palco desandou a contar piadas. Ninguém acreditava
no que via. José deixara de lado toda aquela sisudez, aquela seriedade e se
transformara num grande piadista. Logo José, que raramente ria, ou nunca ria,
estava fazendo todos rirem. E muito. Incrédulos ao que viam, todos, batiam
palmas, gritavam se entregavam àquela situação pitoresca.
Depois do show de stand-up, José passou imitar grandes cantores, com seus
trejeitos, suas manias, se fantasiando até de mulher em algumas situações, para
dar mais credibilidade às suas imitações.
Divino. Maravilhoso. Talentosíssimo. Divertidíssimo. Assim estava José.
No fim da tarde, ele pegou um violão e cantou. Os amigos se juntaram a
ele em coro terminando o dia com um lindo e emocionante show.
No
inicio da noite tudo voltou ao normal. José voltou a ser aquela pessoa
carrancuda, séria de sempre. Mas, ninguém se incomodou com isso, estavam
felizes, satisfeitos pelo dia que tiveram.
Era quatro da manhã quando Neide acordou. Ao seu lado José dormia
tranquilamente. Em seus lábios um sorriso discreto. De felicidade. De
satisfação. Lembrou-se do dia que tiveram, então, uma dúvida pousou entre seus
pensamentos: Tudo teria sido uma realidade ou um s...
Marc Souza
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