terça-feira, 2 de agosto de 2016

Brasileiro de 6 anos lança livro bilíngue e tenta vaga no Guinness Records


Rodrigo Casarin

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Três crianças deixam a Terra e viajam em um foguete feito de material reciclável pelo Sistema Solar. Passam pela Lua e por diversos outros planetas, onde vivem aventuras e superam algumas adversidades que fazem refletir sobre a importância de se cuidar do lugar onde vivemos. O enredo de “No Mundo da Lua e dos Planetas” até que é bastante comum para um livro infantil, mas o que surpreende é saber que a obra foi escrita por um garoto de apenas seis anos, João Paulo Guerra Barrera, e em duas versões: inglês e português.
mundo da lua“Assistia desenhos no Youtube sobre os planetas e queria usar a imaginação para criar a minha história”, diz o garoto sobre a decisão de escrever seu primeiro livro. E por que fazê-lo em duas línguas? “Porque tem crianças que falam português e não falam inglês e tem crianças que falam inglês e não falam português, e eu falo os dois”, explica – ter morado com a família nos Estados Unidos entre 2014 e 2015 sem dúvidas o ajudou a lidar com o idioma estrangeiro. Para João Paulo, o mais difícil na empreitada foi passar o que estava em sua cabeça literalmente para o papel. “Então meu pai me ensinou a escrever no computador para ficar mais rápido”, conta ele que, ao todo, demorou cerca de 60 dias para concluir o trabalho.
A ideia do foguete feito de material reciclável veio depois de uma aula que teve sobre o assunto. O menino estuda na escola Santa Amália Maple Bear, localizada no Tatuapé, em São Paulo, que avalia incluir “No Mundo da Lua e dos Planetas” na relação de leituras obrigatórias para os alunos da faixa-etária de João Paulo em 2017.
IMG-20160728-WA0007Para escrever, evidentemente, o pequeno autor também já estava habituado a ler. Dentre seus livros favoritos, destaca dois: “Divertida Mente”, baseado no filme homônimo, e “O Incrível Menino Devorador de Livros”, de Oliver Jeffers. “O menino comia os livros para ficar mais inteligente, mas ele passou mal, vomitou e fez coisas erradas. Então ele deixou de comer e passou a só ler os livros, ficou mais inteligente e se transformou no incrível menino devorador de brócolis”, comenta sobre o segundo título.
Guinness e lançamentos
Por conta da idade de João Paulo, seus pais, Margarida e Ricardo, tentam colocar o garoto no Guinness, o livro dos recordes, como o mais jovem escritor a publicar uma obra bilingue, categoria até então inexistente. Dentre os autores prodígios que integram a lista de grandes feitos estão a estadunidense Dorothy Straight, a garota mais nova a publicar um livro, aos quatro anos (recorde de 1964), e o brasileiro Adauto Kovalski da Silva, o garoto mais novo a lançar uma obra, com cinco anos (“Aprender É Fácil”, no caso, que lhe valeu o posto em 2015).
IMG-20160728-WA0006Enquanto esperam pelo resultado, os pais também organizam alguns lançamentos do livro de João Paulo – a edição de 1000 exemplares feita pela editora Book Express, com ilustrações de Jota Cabral, foi bancada pelos próprios progenitores. O primeiro deve acontecer no dia 21 de agosto, no parque Kidzania, no Shopping Eldorado, em São Paulo, a partir das 12h30. Eventos por livrarias, bienais e na escola do garoto também estão previstos – a agenda de eventos pode ser encontrada no site do pequeno escritor.
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Para que não volte mais: novos romances retratam ditadura militar no Brasil


Rodrigo Casarin

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Escrever para lançar um novo olhar sobre um importante período histórico brasileiro, acrescentando novos recortes e informações. Escrever para expurgar as lembranças mais horríveis. Escrever para que aquele terror nunca mais volte. São esses alguns dos motivos que levam escritores a trabalharem em romances sobre a época da ditadura civil-militar no país, e três novos títulos sobre o assunto chegaram recentemente ao mercado: “Depois da Rua Tutoia”, de Eduardo Reina, “Cabo de Guerra”, de Ivone Benedetti, e “Os Visitantes”, de Bernardo Kucinski.
Publicado pela 11 Editora, “Depois da Rua Tutoia” retrata o sequestro de bebês feitos por agentes da ditadura em São Paulo. Na obra, militares roubam a filha que uma militante dá à luz – ou às trevas – enquanto está presa no DOI-Codi, ação que, evidentemente, traz desdobramentos para a vida da mãe e da criança. “Um país precisa ter sua verdadeira história redescoberta, contada e recontada sobre todos os pontos de vista. Um país sem história, ou só com uma versão da história é pobre”, diz Reina sobre a importância de escrever uma obra que resgate esse tipo de acontecimento.
Com a ressalva de que seu livro não é “sobre a ditadura, mas é uma história de gente que viveu ou poderia ter vivido aquela época”, Ivone, por sua vez, crê que as pessoas precisam dedicar mais tempo a pensar o Brasil. “Cabo de Guerra”, publicado pela Boitempo, traz um “cachorro”, como eram chamados os agentes duplos, pessoas que traíam os movimentos de resistência e se colocavam a serviço dos repressores. Quarenta anos depois, o personagem precisa olhar para sua história e avaliar como suas decisões impactaram na sua própria trajetória e na de terceiros.
“No momento atual, falar sobre a ditadura de 1964, sob qualquer ângulo, é importante para se dimensionar a fragilidade de nossas instituições, a perene instabilidade de nossos mecanismos democráticos. Porque naquela época como agora, nossa deficiente democracia (que é melhor do que qualquer competente ditadura) só sobrevive enquanto interessar às nossas oligarquias”, ressalta a autora.
Kucinski, por sua vez, faz uma espécie de autoconfronto em “Os Visitantes”, lançado pela Companhia das Letras. Suas ficções anteriores, “K: Relato de uma Busca” e “Você Vai Voltar Pra Mim”, estão entre as melhores obras a retratarem o período no qual o Brasil ficou nas mãos de militares. Baseando-se em muitos casos reais e utilizando o nome verdadeiro de certos personagens, o autor foi bastante cobrado por expor e perturbar pessoas alheias a seu trabalho, que preferiam deixar o que aconteceu relegado ao passado. Reflexões sobre essas queixas e a maneira de se retratar a ditadura no país que norteiam “Os Visitantes”.
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Eduardo Reina.
Documentário sobre o sequestro de bebês
Também jornalista, a ideia inicial de Reina ao escrever “Depois da Rua Tutoia” era construir um livro-reportagem sobre o sequestro de bebês por militares ao longo da ditadura. No entanto, conforme as pesquisas avançaram, percebeu que era melhor se basear em episódios reais para arquitetar um romance. “Faltam documentos e provas para sustentar as histórias. Uma pesquisa sobre esse tema cria uma enorme colcha de retalhos, um grande quebra-cabeça, onde faltam exatamente alguns documentos primordiais. Ficam buracos. Por isso optei pela ficção”, conta.
Dessa forma, “Depois da Rua Tutoia” tem capítulos baseados na vida do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que quando vivia em Mauá desenvolveu uma célula da Ação Popular para conscientizar trabalhadores e lutar contra a ditadura, exemplifica o autor. Relatos de presos políticos obtidos a partir de entrevistas e documentos, histórias de conhecidos e experiências vividas pelo próprio Reina também ajudam a compor a obra.
Em meia a tudo isso, claro, casos de bebês sequestrados por militares. “Um deles é de uma empresária que hoje mora no Rio de Janeiro. É filha de um guerrilheiro do Araguaia. Ela descobriu tudo após seus pais adotivos terem morrido. Ela viu uma foto num jornal e se achou muito semelhante com a pessoa, uma filha do guerrilheiro. Foi atrás, fez exame de DNA e descobriu tudo. Por conta própria”.
Agora, com o livro publicado, Reina pretende ampliar as pesquisas sobre o assunto e produzir um documentário a respeito do sequestro de bebês durante a ditadura. “Desde o lançamento do livo já recebi algumas informações que não eram do meu conhecimento. Elas possibilitarão a ampliação do assunto e o filme”, relata.
Ivone Benedetti.
Ivone Benedetti.
Ameaça hoje?
Ivone lembra que a ditadura no país foi uma entre 1964 e 1968 e outra após este ano, quando o AI-5 foi assinado e a repressão se tornou ainda mais violenta. Para ela, o clima do primeiro período era parcialmente semelhante ao de hoje. “Sem dúvida, as acusações de corrupção e incompetência para desestabilizar o governo eram praticamente idênticas. O esforço de desestabilização era fomentado por grupos civis (da indústria e das finanças) que vinham se organizando desde muitos anos. O apoio das classes médias, então como agora, foi obtido com intensa propaganda nos meios de comunicação e com a forte participação dos setores mais conservadores da Igreja [Católica]. Nesse aspecto, a única novidade é que, em vez da Igreja, atuam hoje os setores evangélicos retrógrados”.
No entanto, a autora destaca que cada momento também tem suas próprias particularidades. No passado, por exemplo, havia o pavor do avanço comunista (“que hoje não existe, pelo menos entre as pessoas equilibradas”, ressalta) e o apoio ostensivo das Forças Armadas, que por ora se mantém em seus quartéis. Já nos dias de hoje, “o que há de peculiar é a utilização de meios aparentemente legais para derrubar o governo, o que não é possível sem a ativa participação do poder judiciário”.
Voltando a Reina, para ele hoje vivemos uma espécie de sequência do que se passou há algumas décadas. “Os mesmos empresários, algumas das cabeças que possibilitaram a criação do aparelho repressor daquela época, aqueles que passavam o chapéu para angariar fundos para fazer rodar a máquina repressora ainda estão aí, dando as cartas na política e na economia. Não é uma repetição. É uma continuidade”.

CRÔNICA - Em vem aí, as OlímPiadas 2016



Está chegando! Está chegando!
Sexta-feira será realizada a cerimônia de abertura das OlimPiadas Rio 2016. Mas, algumas provas já começaram.
As provas de:
Quebra de plataforma; Pane Elétrica na Vila Olímpica e Assalto à emissora de TV já estão bombando.

Logo, as provas de:
Arrastão; Assalto à Mão Armada; Encontre a Bala Perdida; Tiro ao Turista; Bate Carteira; e; Contaminação na Baía de Guanabara começarão, e tem tudo para ser um sucesso.

A prova de Pegue a Zica, por enquanto, ainda não tem competidores inscritos. Por enquanto, por enquanto...

Diante de tantas provas inéditas e inusitadas as OlimPiadas Rio 2016 tem tudo para entrar para a história. Uma OlimPiada digna de DVD da trupe Porta dos Fundos, ou dos melhores momentos dos Trapalhões.

Só falta a abertura ser comandada pelo Fábio Porchat ou Renato Aragão. Aí, sim! Viva o Brasil! Viva as OlimPiadas!
A abertura pode não ter Fábio Porchat e Renato Aragão apresentando, mas, os shows de Tiaguinho, Anitta, Ludmilla, Wesley Safadão, promete. E promete muito.

Só de pensar que os Rolling Stones, Eric Clapton, New Order já fizeram show na abertura da Olimpíada já dá vontade de chorar.


Marc Souza

TRAILER DO FILME BEN HUR


Santoro se emociona ao falar de crucificação em "Ben-Hur": "Foi fortíssimo"

Rodrigo Santoro diz que viver Jesus Cristo na nova versão de "Ben-Hur", que estreia no dia 18 de agosto, foi uma experiência mais que profissional, mas também espiritual. Em entrevista realizada nesta terça (2) em um hotel em São Paulo, o ator falou sobre as insegurança ao receber o convite para estrelar o longa, que é protagonizado por Jack Huston.
"A figura de Jesus tem força icônica e mística. Eu fui uma dessas pessoas que cresceu ouvindo as histórias sobre ele. Faz parte do meu imaginário", disse Santoro.
"Quando eu recebi o convite para fazer o filme, senti muitas coisas como receio, fascínio, mas no dia seguinte que o aprendizado ia ser maior que o desafio."
O brasileiro falou ainda sobre a dificuldade de gravar a cena da crucificação de Cristo. O frio castigava e era "desesperador".
Divulgação
Passagem de "Ben-Hur" em que Jesus (Rodrigo Santoro) é crucificado
"Havia nevado na noite anterior. Depois passei seis horas na maquiagem. Pedi para fazer um take longo porque ia ser muito sofrido ter que sair dali, me esquentar e congelar de novo. A experiência de ser crucificado é fortíssima."

Ao lembrar do calvário do personagem, Santoro se emocionou e fez piada. "Certeza que vocês vão escrever 'ator se emociona durante coletiva'. Venho de família italiana. Sou emotivo", brincou.

Na pele de Ben-Hur, Jack Huston, também presente na coletiva de imprensa, confirmou que as filmagens foram extremamente realistas. Na icônica passagem da corrida de bigas, ele disse que tinha de se lembrar em atuar.
"Foram mais de três meses de preparação. E a cena da corrida contou com 32 cavalos na pista. Foi assustador e real, mas no fim é ótima a sensação de estar tão presente em algo", lembrou Huston, que vive o príncipe Judah no longa.