quarta-feira, 29 de junho de 2016

Mesmo com o menor orçamento dos útlimos anos, encontro reúne grandes nomes do cenário nacional e internacional

Depois de Clarice Lispector, até então a única mulher homenageada pela Flip, chegou a vez da poeta Ana Cristina Cesar (1952-83) ser celebrada na maior festa literária do Brasil. A carioca considerada uma das principais figuras da Poesia Marginal marcou sua geração por uma escrita que revela elementos do cotidiano e de sua intimidade.


Poeta Ana Cristina Cesar é a grande homenageada da Flip 2016
Divulgação
Poeta Ana Cristina Cesar é a grande homenageada da Flip 2016


Além de Ana C., as mulheres vêm com tudo nesta edição. O palco principal contará com mais de 40% de vozes femininas, número nunca antes atingido. E diferente do ano passado, marcado por desfalques na programação, o tradicional evento no sul do Rio de Janeiro, que tem início nesta quarta-feira (29) e vai até domingo (3), promete ser bastante concorrido e bem-sucedido.

Ana Cristina Cesar
Reprodução/Tumblr
Ana Cristina Cesar

Apesar da crise econômica e orçamento de R$ 6,8 milhões, o menor dos últimos seis anos, o encontro reúne grandes autores do cenário nacional e internacional.
Entre as estrelas da 14ª Festa Literária Internacional de Paraty estão nomes como a jornalista bielorrussa e prêmio Nobel de Literatura 2015, Svetlana Aleksiévitch, o escocês Irvine Welsh, conhecido pelo best-seller "Transpotting", e a sensação norueguesa Karl Ove Knausgård, autor da polêmica série "Minha luta".
Já o jornalista Caco Barcellos, criador do Profissão Repórter, da Globo, e autor de obras como “Rota 66” e “O abusado”, irá dividir a mesa “Os olhos da rua” com o jornalista britânico Misha Glenny, autor de “McMáfia”.
Em parceira com o Clube de Autores, o iG realizará a cobertura da maratona, trazendo os melhores debates e exclusivas com medalhões da literatura. Fundado em 2009, o Clube de Autores é a maior plataforma de autopublicação da América Latina. A startup é referência no incentivo da produção literária brasileira, já que permite aos autores independentes publicarem suas obras sem tiragem mínima – sob demanda – e sem nenhum custo. Atualmente, cerca de 10% dos livros publicados no Brasil chegam às livrarias com o apoio do Clube de Autores.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Veja cenas de SUPERMAX a nova série da Rede Globo


Elenco de "Supermax" foi isolado em 'presídio' longe do glamour do Projac

  • Giselle de Almeida/UOL
    O presídio de "Supermax" tem 12 celas e uma área comum no térreo e um refeitório e sala de TV no segundo andar
    O presídio de "Supermax" tem 12 celas e uma área comum no térreo e um refeitório e sala de TV no segundo andar
Na ficção, sete homens e cinco mulheres ficam confinados em um presídio de segurança máxima na disputa por um prêmio de R$ 2 milhões. Na vida real, o elenco de "Supermax", nova série da Globo, experimentou um certo isolamento dos próprios colegas de emissora. Foi num cenário de dois andares e 800 metros quadrados construído numa parte distante da cidade cenográfica dos Estúdios Globo, no Rio que Mariana Ximenes, Erom Cordeiro e demais atores gravaram parte de suas cenas.
Construído sob uma tenda de 11 metros de altura, o presídio tem 12 celas e uma área comum no térreo e um refeitório e sala de TV no segundo andar.
"Esse é um ambiente quase claustrofóbico. Quisemos que ficasse nos fundos do Projac porque a ideia é que não houvesse essa mistura com o glamour daqui. Procuramos criar esse isolamento. Foi muito importante essa convivência", afirmou o diretor José Alvarenga Jr., um dos criadores da atração ao lado dos roteiristas Fernando Bonassi e Marçal Aquino.
Paulo Belotte/Globo
Construído no Projac, presídio tem 11 metros de altura
Desta vez, o trio responsável por "Força Tarefa" e "O Caçador" aposta numa série "transgênero", com estreia prevista para outubro. "É um cruzamento de gêneros. Tem um thriller policial forte, horror, suspense, romance, uma parte investigativa. Todos em função dessa aventura", afirma o diretor.
Final alternativo
A trama de "Supermax" é cercada de tanto segredo que os criadores optaram por gravar um final alternativo caso o desfecho seja vazado antes da hora. Segundo Alvarenga, estão previstos 12 episódios (além de uma versão internacional, já em produção, mirando no público latino).
Renato Rocha Miranda/Globo
Erom Cordeiro é Sérgio, um dos sete homens confinados num presídio na série da Globo
"A gente pensou na série assim, talvez por um defeito nosso, por ansiedade de criar outra coisa depois. Acho que é um modelo de negócio errado. Quando começou a produção internacional já pediram sinopse da segunda e da terceira temporada", disse o diretor, afirmando que a versão original tem uma pegada mais sobrenatural que a hispânica, ambientada na Patagônia e mais centrada no drama.
O diretor, no entanto, não descarta uma renovação do produto caso conquiste o público.
"A função da TV é formar público. Série repercute nas mídias sociais, acaba virando o assunto da semana", afirmou.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Quem será o próximo vilão que vamos amar odiar em "Game of Thrones"?

"Game of Thrones" deu adeus ao seu vilão mais sádico no último domingo (19), quando Ramsay Bolton (Iwan Rheon) foi devorado por seus cachorros após ser derrotado na Batalha dos Bastardos e apanhar muito de Jon Snow (Kit Harington). A morte foi muito comemorada por fãs da série nas redes sociais, mas deixou um vazio na trama – afinal, não há mais um vilão que o público ame odiar.
Quem será que vai assumir o posto que foi de Ramsay e do reizinho mimado Joffrey (Jack Gleeson) nas próximas temporadas da série? UOL analisa os mais fortes candidatos.
Euron Greyjoy (Pilou Asbæk)
Divulgação/HBO
O tio de Yara (Gemma Whelan) e Theon (Alfie Allen) apareceu pouco na sexta temporada de "Game of Thrones", mas já deu indícios do que é capaz. Sem cerimônia, ele matou o irmão Balon, então rei das Ilhas de Ferro, e, depois de ter sido aclamado para o cargo, foi atrás dos sobrinhos com a intenção de assassiná-los.
E se "Winds of Winter", próximo livro da saga "As Crônicas de Gelo e Fogo", for referência, podemos esperar ainda mais maldades de Euron. Em um capítulo divulgado pelo autor George R. R. Martin, o personagem admite ter abusado sexualmente dos irmãos mais novos (que ainda não apareceram na série) e corta a língua da amante grávida antes de amarrá-la à proa de seu navio.
Parece um bom candidato ao posto de vilão, ainda mais se considerarmos que ele está em busca de Daenerys (Emilia Clarke), que está com Yara e Theon, e deve encontrá-la nas próximas temporadas da série.
Mindinho (Aidan Gillen)
Divulgação
Petyr Baelish é um homem perigoso. Grande articulador dos bastidores de Westeros, ele muda de lado conforme sua conveniência – e não é possível esquecer que ele está por trás do evento que abriu as portas para a situação caótica dos Sete Reinos: o assassinato de Jon Arryn, mão do rei Robert Baratheon.
Após ser confrontado por Sansa na atual temporada, ele pareceu arrependido de ter arranjado o casamento dela com Ramsay Bolton. Mas o trailer do próximo episódio dá a entender que ele cobrará um preço por sua colaboração na Batalha dos Bastardos – e coisa boa provavelmente não é.
Vale lembrar ainda que Mindinho tem grande influência sobre o jovem Lorde Robyn Arryn, e pode induzi-lo a tomar decisões bem problemáticas com seu exército.
Os Caminhantes Brancos
Reprodução/HBO
Estabelecidos como a grande ameaça aos Sete Reinos desde o início de "Game of Thrones", os Outros ainda não ocuparam um papel central na trama, mas é bem provável que a situação mude no final desta temporada e ao longo das próximas, já que o Rei da Noite deixou uma marca em Bran (Isaac Hempstead-Wright), forte o suficiente para quebrar certos tipos de magia, e o está perseguindo.
O único problema é que, até o momento, os Caminhantes Brancos não mostraram ter uma grande motivação por trás de sua jornada rumo ao sul, o que os tornaria mais interessantes de se acompanhar. Mas pode ser que algum flahsback do jovem Stark mude isso. 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

"Game of Thrones" tem sua maior cena de ação com a Batalha dos Bastardos

  • Divulgação/HBO
    Cena da Batalha dos Bastardos, em "Game of Thrones"
    Cena da Batalha dos Bastardos, em "Game of Thrones"
ALERTA: O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS DA SEXTA TEMPORADA DE "GAME OF THRONES". 
"Game of Thrones" brindou os fãs com sua maior e mais épica batalha – até o momento – no episódio deste domingo (19). Aguardada com grandes expectativas pelos fãs, a Batalha dos Bastardos trouxe o confronto entre Jon Snow (Kit Harington) e Ramsay Bolton (Iwan Rheon), em uma sequência de ação de tirar o fôlego.
O episódio culminou na vitória do herói Jon Snow – que não foi fácil. O ex-comandante da Patrulha da Noite tinha sob seu comando apenas 2.405 homens, enquanto seu rival tinha 6 mil. E a estratégia que havia traçado ao lado do experiente Davos Seaworth foi deixada de lado após mais um golpe baixo de Ramsay, que soltou o Stark caçula Rickon no campo de batalha, só para matá-lo quando ele finalmente se aproximava de Jon.
Após o assassinato do irmão, Jon avançou solitariamente em direção ao exército de Ramsay – e foi prontamente seguido por seus homens, dando início a uma sequência sangrenta que envolveu arqueiros, cavalos e combates frenéticos com espada. Em desvantagem, o exército de Jon acabou cercado pelos soldados de Ramsay, e o Stark quase foi soterrado em meio a corpos e colegas de batalha, em cenas aflitivas filmadas a partir da perspectiva dele.
 O resgate, porém, chegou a tempo – e a cavalo. Os soldados do Vale, que Sansa (Sophie Turner) havia convocado por meio de uma carta para Mindinho, apareceram e acabaram com o que ainda havia do exército de Ramsay. O vilão bateu em retirada para Winterfell, mas foi seguido por Jon, que conseguiu entrar no castelo após Wun-Wun derrubar a porta. Ferido gravemente, o gigante foi morto com uma flecha no olho por Ramsay. Com uma raiva ainda maior, Jon partiu para cima do rival, que atirou várias flechas para tentar se defender, mas acabou apanhando até ficar desacordado e ensanguentado.
O ponto final na vida do vilão, responsável por algumas das maiores atrocidades da série, veio por meio de Sansa. Ela, que se casou com Ramsay e foi repetidamente estuprada por ele, o deixou preso no canil cheio de cães famintos  e não escondeu sua satisfação com o desfecho – que foi aprovado inclusive pelo ator Iwan Rheon.
Filmagens épicas
A Batalha dos Bastardos foi épica também em suas filmagens, que envolveram 600 membros da equipe, 500 figurantes, 70 cavalos e 25 dublês – tudo isso para um trabalho que levou 25 dias para ser feito.
A direção do episódio ficou a cargo de Miguel Sapochnik, que falou sobre o desafio de lidar com esse tipo de gravação à revista "Entertainment Weekly": "A logística de fazer uma cena de batalha deste tamanho foi como uma batalha de verdade, menos a questão de vida ou morte. Por exemplo: o número de dias para filmar, onde filmamos. O que acontece se chover? Como você alimenta 600 pessoas todos os dias? Não me leve a mal, eu pessoalmente não tenho que decidir isso. Mas as decisões criativas que eu faço são muito influenciadas por questões práticas".
"Encontrar uma forma de encaixar e organizar tudo de forma que usaríamos cada minuto bem  para colocar tudo o que tínhamos no nosso tempo foi a coisa logisticamente mais complicada com a qual já estive envolvido", completou.

4 razões pelas quais ninguém ficou triste com o fim de Ramsay em "GoT"

ALERTA: O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS DA SEXTA TEMPORADA DE "GAME OF THRONES"
Dê uma rápida olhada no cemitério online de "Game of Thrones" – sim, isso existe e os fãs levam a sério – e repare que pouquíssimas pessoas estão tristes com o desfecho trágico reservado ao bastardo Ramsay Bolton (Iwan Rheon) no episódio da série que foi ao ar no último domingo (20).
Bolton, que virou comida dos próprios cachorros assassinos depois de perder a Batalha dos Bastardos para Jon Snow (Kit Harington), tem pouco mais que 600 flores em seu túmulo. Só para comparar, o personagem Hodor (Kristian Nairn), uma das mortes mais sentidas desta temporada, recebeu mais de 47 mil lamentações em sua sepultura.
"Todos os homens devem morrer", diz um ditado famoso em "Game of Thrones", Ramsay Bolton com certeza merece um pouco mais do que outros. Relembre os motivos.

As maiores maldades de Ramsay

Reprodução/HBO
Reprodução/HBO

A castração de Theon Greyjoy

Theon Greyjoy (Alfie Owen-Allen) não era exatamente um personagem querido dos fãs quando Ramsay Bolton entrou em seu caminho, mas nem por isso ele merecia ter sofrido tanto. Capturado em Winterfell, ele foi torturado pelo bastardo e chegou a ser castrado. Posteriormente, seu membro decepado foi enviado em uma caixa para o pai de Theon. Depois disso, ele recebeu o apelido de Fedor e precisou viver servindo os caprichos e manias estranhas do Lorde Bolton.
Divulgação
Divulgação

O estupro de Sansa Stark

Obrigada a se casar com Bolton, Sansa (Sophie Turner) teve a pior noite de núpcias dos Sete Reinos. Virgem, ela precisou se despir na frente de Theon, seu irmão de criação. "Você conhece Sansa desde que ela era uma menina, agora você vai assisti-la virar uma mulher", declarou Bolton na cena que ainda teve muita violência.
Reprodução/HBO
Reprodução/HBO

A morte do irmão recém-nascido

Ramsay Bolton usou seu passatempo sádico preferido para dar fim ao irmão recém-nascido, sua maior ameaça à sucessão do trono da Casa Bolton. Depois de esfaquear o próprio pai, ele soltou sua matilha faminta sobre Walda (Elizabeth Webster) e o irmão. Ele não cedeu nem às súplicas da madrasta que prometeu ir embora de Winterfell e deixa-lo como herdeiro. "Eu prefiro ser filho único", disse ele ao observar a carnificina.
Divulgação/HBO
Divulgação/HBO

A morte de Rickon Stark

Ninguém esperava que Ramsay fosse usar uma estratégia justa para lutar na Batalha dos Bastardos, mas o plano que acabou com a morte do caçula dos Stark superou expectativas. Para provocar Jon Snow, Bolton resolveu soltar Rickon (Art Parkinson) no campo de batalha. Quando o jovem começou a correr, ele passou a atirar flechas até acertá-lo, o que desestabilizou Jon Snow e o fez partir para o ataque sozinho.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Fenômeno literário, Jojo Moyes já vendeu mais de 8 milhões de livros

Rodrigo Casarin

Compartilhe
 Imprimir Comunicar erro
Jojo Moyes, Meet the Author
Jojo Moyes: é esse o nome de um dos mais recentes fenômenos da literatura mundial. A inglesa de 46 anos já vendeu mais de oito milhões de livros em todo o mundo – 800 mil apenas no Brasil – e a adaptação cinematográfica de seu best-seller “Como Eu Era Antes de Você”, publicado em 2012, estreia nas telonas do país no final de junho com Emilia Clarke e Sam Claflin no elenco. Além da obra que está prestes a virar filme, “Depois de Você”, a continuação de “Como Eu Era Antes de Você”, vem aparecendo nas listas dos mais vendidos do país, o que apenas comprova sua popularidade por aqui.
como eu era antes de voceEm “Como Eu Era Antes de Você”, Jojo narra a história de Lou, uma garota de 26 anos que mora com os pais, a irmã, um sobrinho pequeno e um avô com problemas de saúde. Leva um namoro insosso com um personal trainner e trabalha em um café que lhe paga mal. Sua vida, contudo, muda quando é despedida desse emprego. Precisando ajudar em casa, passa a cuidar de Will, um homem rico, inteligente e tetraplégico de 35 anos que vive sobre uma cadeira de rodas e só sai de casa para ir ao médico. Mal-humorado, tem tendências suicidas, mas ao conhecer a nova cuidadora sua história também toma outro rumo.
“Jojo Moyes tem a habilidade de combinar histórias românticas com tramas bem construídas, personagens cativantes e boas doses de humor e leveza, e com isso consegue um público fiel, que não se restringe a ler apenas um de seus livros, mas que quer conhecer toda sua obra. Costumo dizer que é uma autora que respeita a inteligência do leitor. Seus livros têm tramas elaboradas, personagens complexos e desfechos que fogem do óbvio. Além disso, ela tem um talento fantástico para contar histórias da perspectiva de garotas comuns. Então, ainda que à primeira vista a história pareça muito distante da realidade de quem está lendo, é impossível não se identificar – e torcer – pelos nosso personagens preferidos”, diz Mariana Rimoli, editora da Intrínseca, casa que publica Jojo no Brasil.
É comum que pelo tom das obras e pelas características dos personagens, que muitas vezes não se encaixam em uma suposta perfeição, encontremos Jojo sendo comparada a nomes como John Green e Nicholas Sparks. A editora, no entanto, enxerga poucas semelhanças entre a inglesa e esses seus dois colegas. “Acho que essa comparação vem do fato de serem três autores que ficaram conhecidos por livros que causam muitas lágrimas, não? Tirando isso, acho que cada autor tem suas características próprias”.
Jojo segundo uma fã
Por conta do sucesso de Jojo e da proximidade do lançamento de “Como Eu Era Antes de Você” nos cinemas, a Intrínseca organizou há alguns dias um encontro entre fãs da escritora em uma livraria no Rio de Janeiro. Cerca de 60 pessoas – principalmente mulheres entre 20 e 40 anos – foram ao evento para conversar não apenas sobre o trabalho que está indo para as telonas, mas também a respeito de outros livros da autora – são 13 no total -, como “A Garota que Você Deixou Para Trás”, “Baía da Esperança” e “Em Busca de Abrigo”, que marcou sua estreia em 2002 – antes disso Jojo atuava como jornalista.
Andressa Leal, fã de Jojo Moyes.
Andressa Leal, fã de Jojo Moyes.
Quem comandou o papo foi Andressa Leal, jovem de 23 anos que define sua relação com a autora como “amor à primeira vista”. “Quando li o primeiro livro dela eu não fazia ideia do que iria encontrar e até hoje ela me surpreende. Mesmo quando a premissa do livro sai da minha zona de conforto ou quanto eu acho que ela irá me decepcionar, a Jojo Moyes consegue me cativar de alguma forma. Ou seja, é só amor”, diz a garota cuja obra preferida é “A Última Carta de Amor” – “essa história tem um equilíbrio perfeito entre drama e romance”, argumenta.
Ao falar de quais características aprecia no trabalho de Jojo, Andressa cita, por exemplo, a maneira que a autora constrói os personagens. “Eles são críveis, falhos e totalmente humanos. Isso permite que o leitor se identifique com eles de forma integral ou através de alguma situação vivenciada ou atitude específica”. No entanto, o que gosta mesmo é da mensagem que a inglesa transmite com seus livros. “Sempre há algo de superação em suas histórias sem que pareça clichê ou irreal. Porque a vida é assim, todos temos obstáculos que precisam ser vencidos e essa é uma forma inteligente, e até sutil, da autora de incentivar seus leitores a seguirem em frente”.
A fã também se mostra apreensiva ao falar sobre a transposição de “Como Eu Era Antes de Você” para o cinema. “Adaptações são sempre um momento de tensão para qualquer leitor. Pelo pouco que os trailers mostraram, percebi que os atores captaram bem a essência dos personagens e que o roteiro parece ser fiel ao livro, então a expectativa está alta. Ainda assim, estou muito ansiosa para ver o resultado final”, diz. E faz uma aposta alta: “Acredito que esse filme partirá mais corações do que 'A Culpa é Das Estrelas', então é bom estar preparado”.
Veja um trecho de “Como Eu Era Antes de Você”:
“Quando ele sai do banheiro, ela está acordada, recostada nos travesseiros e folheando os prospectos de viagem que estavam ao lado da cama. Usa uma camiseta dele e seu cabelo comprido está despenteado de uma maneira que o faz lembrar da noite anterior. Ele fica parado, desfrutando da breve recordação enquanto enxuga seu próprio cabelo com uma toalha.
Ela levanta os olhos do prospecto e faz um beicinho. É um pouco velha para isso, mas eles estão juntos há pouco tempo e ainda é bonitinho.
– A gente precisa mesmo fazer algo que envolva escalar montanhas ou se pendurar em ribanceiras? É a primeira vez que vamos tirar férias juntos para valer e não há uma única viagem nesses folhetos que não envolva se atirar de algum lugar ou – ela finge tiritar de frio – usar casacos de fleece.
Ela joga os folhetos na cama e estica os braços bronzeados acima da cabeça. A voz está rouca, prova de que dormiram pouco.
– Que tal um spa de luxo em Bali? Poderíamos ficar deitados na areia… passar horas sendo paparicados… ter longas noites relaxantes…
– Não posso ter esse tipo de férias. Preciso de atividade…''

Academia Brasileira de Letras lança novo Prêmio Machado de Assis

  • Alexandre Moreira/Divulgação
    Os imortais Nélida Piñon (foto) e Domício Proença Filho anunciaram o novo prêmio
    Os imortais Nélida Piñon (foto) e Domício Proença Filho anunciaram o novo prêmio
A Academia Brasileira de Letras (ABL) apresentou hoje (9) o novo formato do Prêmio Machado de Assis que, a partir deste ano, vai homenagear grandes nomes da literatura brasileira e de outras áreas das ciências humanas, alternadamente. O modelo foi divulgado pelo presidente da casa, Domício Proença Filho, e pela secretária-geral da ABL, Nélida Piñon.
Segundo Proença, o formato unificou os prêmios antes dados por estilos literários e privilegia o reconhecimento do conjunto da obra de um escritor brasileiro vivo. A ideia é dar representatividade e seriedade ao prêmio, acrescentou.
A mudança na estrutura ganha uma significação maior, no seu entendimento. "A intenção dos prêmios da Academia sempre foi de reconhecimento, nunca de estímulo a novos escritores. Antes não era pelo conjunto, era para uma obra em cada estilo literário, mas incidia sobre o autor de uma obra já reconhecida", ressaltou.
No modelo anterior, eram premiados os segmentos de poesia, ficção, ensaio e literatura infanto-juvenil, com o valor de R$ 50 mil cada, além do Grande Prêmio Machado de Assis, no valor de R$ 100 mil, para o conjunto da obra. O prêmio agora passa a ser único, no valor de R$ 300 mil – o maior para o setor literário no pais.
Nélida ressalta que, com o modelo de prêmios segmentados ou com colocações, dificilmente os escritores contemplados recebem o devido reconhecimento da sociedade. Mas com a concentração em um grande prêmio, o autor vai receber todos os "holofotes" que merece.
"Retomamos a consagração do conjunto da obra. Um autor é um patrimônio nacional e, no Brasil, nós estamos muito abandonados", disse Nélida. Ela acredita que o grande prêmio vai chamar a atenção para o ganhador, que pode estar escondido nos grotões do país, e vai ganhar R$ 300 mil e a atenção da imprensa. "Prêmios com primeiro, segundo e terceiro [lugares] ninguém guardava todos os nomes, e os segmentados também não. Agora é um grande vencedor, que vai ganhar todos os holofotes", enfatiza.
Para ela, com essa ação, a ABL assume um papel que seria do governo brasileiro, de atuar como Instituto Machado de Assis, nos moldes do português Instituto Camões e do espanhol Instituto Cervantes, de difundir a língua e a cultura do país. "Nós não tínhamos isso, éramos muito órfãos, agora é a academia atuando como Instituto Machado de Assis, é muito bonito".
Os 40 acadêmicos farão suas indicações no dia 19 de junho, até três por imortal, sendo vedada a indicação dos próprios acadêmicos ou seus parentes. Em seguida, a diretoria da casa analisará as indicações e os três nomes mais citados serão levados ao plenário da casa para votação.  A cerimônia de premiação será no dia 20 de julho, na comemoração  dos 119 anos de fundação da academia.

Por que JK Rowling não consegue superar Harry Potter e deixar os holofotes?

Rodrigo Casarin
 
rowling
Em 2007 JK Rowling lançou “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, sétimo livro e, conforme então prometido, o final da saga de seu célebre bruxo. No entanto, o que vimos nos anos seguintes foi que a autora jamais colocou, de fato, um ponto final na obra. Isso apenas se confirma agora, com a chegada da história ao teatro.
Na peça “Harry Potter and the Cursed Child'' (Harry Potter e a Criança Amaldiçoada), que pré-estreou ontem em Londres e cujo roteiro virará livro, a história se passa 19 anos depois daquele que seria o último episódio da saga e nos apresenta o problemático Albus, filho mais novo de Potter, que, por sua vez, tornou-se um funcionário do Ministério da Magia.
A nova narrativa é apenas mais um episódio da série de intervenções que Rowling fez na história mesmo após dá-la por encerrada com “Harry Potter e as Relíquias da Morte”. Debruçando-se sobre o universo do bruxo, ficcionalizou sobre o passado dos Estados Unidos – e foi criticada pela maneira que tratou os índios. Inventou, em fevereiro deste ano, que além de Hogwarts existem outras onze escolas de magia espalhadas pelo mundo – sendo uma delas no Brasil. Por meio do site Pottermore, também já criou textos que falam sobre o passado de alguns personagens, como Dolores Umbridge. E o hábito não é de hoje: em 2007 mesmo, logo após a publicação do sétimo livro da saga, Rowling disse que Alvo Dumbledore, um dos principais magos da história, era homossexual, algo que não escreveu em parte alguma dos livros. Isso apenas para ficarmos em alguns exemplos.
Não bastasse acrescentar detalhes e interpretações à saga de Potter – cujos livros em português somam 3224 páginas, espaço suficiente para se desenvolver todos os aspectos desejáveis da narrativa -, ocasionalmente a autora também emite opiniões sobre seu próprio trabalho ou a respeito de temas que pouco lhe dizem respeito. Foi assim no final do ano passado, quando revelou que seu trecho preferido de autoria própria estava no capítulo 34 de “Harry Potter e as Relíquias da Morte''. Foi assim em maio recente, quando, em seu Twitter, pediu desculpas por Remo Lupin ter morrido em uma batalha. Foi assim duas semanas depois, quando, em nome da liberdade de expressão, defendeu o direito de Donald Trump ser “ofensivo” e “preconceituoso”. Ontem mesmo se manifestou criticando o “bando de racistas” que desaprova a atriz negra que interpreta Hermione no teatro – uma bola dentro da autora, diga-se.
A verdade é que dificilmente há uma semana sem que Rowling dê algum motivo para virar notícia. Escrever uma obra que se tornou referência para jovens do mundo inteiro, vendeu mais de 450 milhões de exemplares e a transformou em uma das pessoas mais ricas do mundo, com fortuna superior a US$ 1 bilhão, não lhe bastou. Parece que tal qual um dementador sugando a felicidade dos bruxos, a autora precisa da atenção constante dos fãs para que não mingue. Mas ela é uma pessoa ainda jovem – tem 50 anos -, então por que não tenta construir outra obra de tamanho sucesso junto ao público que já possui? Ou por que gasta tanta energia criando factoides em vez de trabalhar melhor o seu Robert Galbraith, pseudônimo com o qual publica livros policiais?
Fui um jovem que cresceu lendo “Harry Potter” e odiava deixar aquele universo fantástico quando cada livro acabava. Pelo visto, Rowling sofre do mesmo problema, no entanto, como ela é a dona do brinquedo, jamais conseguiu, de fato, sair dos cantos e entornos de Hogwarts. E, enfeitiçada pelos holofotes, jamais sequer tentou não estar em evidência.