Toda a vez que passo em
frente a uma praça sinto uma tristeza muito grande, e fico a me perguntar: O
que estão fazendo com elas? No que estão transformando nossas praças?
Sou do tempo em que
praça, era o lugar mais importante de uma cidade, um ponto de referencia; O
orgulho dos moradores.
Na praça, ao menos da
minha cidade, havia aquário, fonte luminosa, coreto (ah! que saudade da banda
marcial tocando clássicos do cinema na praça aos domingos à noite).
Era um lugar onde a
família se reunia aos finais de semana, para bater papo, tomar sorvete, comer
pipoca, e os jovens iam paquerar e, aos dias de semana, aposentados povoavam o
local jogando dominó ou baralho e conversavam sobre os velhos tempos.
Na praça, paqueras se
transformavam em namoros, que terminavam em casamentos; para muitos fora assim.
Na praça a história acontecia e era escrita de forma simples; mas, bela!
Hoje em dia tudo mudou;
infelizmente.
A praça já não tem
tanta importância na vida das pessoas. Hoje, ao invés de nas praças, pessoas
se concentram em shoppings, barzinhos, boates...
As praças abandonadas,
deterioradas, transformaram-se em depósitos de lixo, pontos de drogas e
refúgios de ladrões e viciados. Sem manutenção ficaram sujas, maltratadas e
destruídas.
Lembro das várias vezes
em que comprei um pacote de pipoca e fiquei sentado ao banco, vendo o tempo
passar, pensando na vida, ou, pensando em nada (hoje se eu fizer isso, com
certeza serei assaltado ou pelos menos vou passar um grande susto).
Lembro-me das paqueras,
das vezes em que convidei uma garota para tomar sorvete. E, depois, ficar horas
caminhando e conversando observando as brincadeiras das crianças, sob a
observação dos pais
Onde estarão os
pipoqueiros e os sorveteiros que faziam a alegria nas praças?
Infelizmente a única
praça que as crianças conhecem e freqüentam hoje é a praça de alimentação dos
shoppings.
Não quero ser
saudosista mais, infelizmente, o mundo mudou, a vida mudou, as praças mudaram e
junto com elas, foi-se a inocência da alegria de um beijo roubado debaixo de
uma arvore no escurinho da praça.
Marc Souza
Olá, Marc. Aqui em Petrópolis ainda existe uma praça assim: a praça da Liberdade, com direito a sorveteiro, pipoqueiro, coreto, balanços, escorregas e vai-véns. Tem festa e música nos finais de semana, algodão doce, churros e até carroças de bodinhos para as crianças (embora eu ache uma crueldade). Adoro sentar-me por lá... bela crônica!
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