terça-feira, 3 de setembro de 2013

A PRAÇA


Toda a vez que passo em frente a uma praça sinto uma tristeza muito grande, e fico a me perguntar: O que estão fazendo com elas? No que estão transformando nossas praças?

Sou do tempo em que praça, era o lugar mais importante de uma cidade, um ponto de referencia; O orgulho dos moradores.

Na praça, ao menos da minha cidade, havia aquário, fonte luminosa, coreto (ah! que saudade da banda marcial tocando clássicos do cinema na praça aos domingos à noite).

Era um lugar onde a família se reunia aos finais de semana, para bater papo, tomar sorvete, comer pipoca, e os jovens iam paquerar e, aos dias de semana, aposentados povoavam o local jogando dominó ou baralho e conversavam sobre os velhos tempos.

Na praça, paqueras se transformavam em namoros, que terminavam em casamentos; para muitos fora assim. Na praça a história acontecia e era escrita de forma simples;  mas, bela!

Hoje em dia tudo mudou; infelizmente.

A praça já não tem tanta importância na vida das pessoas. Hoje, ao invés de nas praças, pessoas se concentram em shoppings, barzinhos, boates...

As praças abandonadas, deterioradas, transformaram-se em depósitos de lixo, pontos de drogas e refúgios de ladrões e viciados. Sem manutenção ficaram sujas, maltratadas e destruídas.

Lembro das várias vezes em que comprei um pacote de pipoca e fiquei sentado ao banco, vendo o tempo passar, pensando na vida, ou, pensando em nada (hoje se eu fizer isso, com certeza serei assaltado ou pelos menos vou passar um grande susto).

Lembro-me das paqueras, das vezes em que convidei uma garota para tomar sorvete. E, depois, ficar horas caminhando e conversando observando as brincadeiras das crianças, sob a observação dos pais

Onde estarão os pipoqueiros e os sorveteiros que faziam a alegria nas praças?

Infelizmente a única praça que as crianças conhecem e freqüentam hoje é a praça de alimentação dos shoppings.

Não quero ser saudosista mais, infelizmente, o mundo mudou, a vida mudou, as praças mudaram e junto com elas, foi-se a inocência da alegria de um beijo roubado debaixo de uma arvore no escurinho da praça.


Marc Souza

Um comentário:

  1. Olá, Marc. Aqui em Petrópolis ainda existe uma praça assim: a praça da Liberdade, com direito a sorveteiro, pipoqueiro, coreto, balanços, escorregas e vai-véns. Tem festa e música nos finais de semana, algodão doce, churros e até carroças de bodinhos para as crianças (embora eu ache uma crueldade). Adoro sentar-me por lá... bela crônica!

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