Estava
totalmente destruída. Deprimida. Tudo havia acabado para sempre. Descobrira que
não tinha vocação para amar. Descobrira naquele dia que não tinha vocação para
o amor. Não. Daquele dia em diante se dedicaria há outras coisas. Pastoral da
Saúde. Pastoral da Juventude, bem não tinha mais idade para ser chamada de
jovem, mas e daí. Ou melhor, iria fundar uma ONG para corações quebrados.
Dilacerados. Destruídos por falta de amor.
Ah!
Que pena! Que pena!
Dias
atrás ela estava tão, mas tão feliz. Há dias atrás tinha a certeza que
encontrara um príncipe encantado. O amor da sua vida O homem mais perfeito do
mundo. E era só dela. Somente dela. Para sempre. Todo o sempre.
Há
dias, havia ter tirado a sorte grande afinal, onde encontrar um homem que não
gostasse de futebol. Não ia a bares. Não tinha amigos enchendo o saco o tempo
todo. Gostasse de comédias e filmes românticos. Um homem que tinha tudo incomum
com ela.
Definitivamente
tudo.
Eram
almas gêmeas. A tampa e a panela.
Eram
felizes. E assim seriam por toda a vida.
Gostos
iguais. Programas iguais. Não tinha nada que desse errado entre eles dois. Com certeza
haviam nascido um para o outro.
Ah,
que pena! Que pena, que tudo não foi um mar de flores. Que pena.
Agora
ela esta destruída. Acabada. Dilacerada. Seu coração apanhava, não mais batia.
Eram
iguais ele e ela. Ela e ele. Tinham muito em comum. Na verdade tinham tudo em
comum.
Gostavam
de novela. Filmes românticos. Comédias. Odiavam futebol. Não bebiam. Não
fumavam. Gostavam de passar a tarde passeando na praia. De ver o por do sol. De
teatro. Vôlei. Pilates. Ioga. Era perfeito, ou quase perfeito.
Afinal
eram iguais, em tudo, foi aí que a coisa ficou feia. Foi aí que o bicho pegou,
afinal, ela gostava de homem e ele também.
Marc Souza
Um bom texto. Muito bem elaborado. Um bom momento de leitura. Gostei. Bonito
ResponderExcluirÓtimo texto...
ResponderExcluirUma eterna busca à perfeição. Belíssimo! Abraços
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