segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O HOMEM DOS SONHOS



Estava totalmente destruída. Deprimida. Tudo havia acabado para sempre. Descobrira que não tinha vocação para amar. Descobrira naquele dia que não tinha vocação para o amor. Não. Daquele dia em diante se dedicaria há outras coisas. Pastoral da Saúde. Pastoral da Juventude, bem não tinha mais idade para ser chamada de jovem, mas e daí. Ou melhor, iria fundar uma ONG para corações quebrados. Dilacerados. Destruídos por falta de amor.
Ah! Que pena! Que pena!
Dias atrás ela estava tão, mas tão feliz. Há dias atrás tinha a certeza que encontrara um príncipe encantado. O amor da sua vida O homem mais perfeito do mundo. E era só dela. Somente dela. Para sempre. Todo o sempre.
Há dias, havia ter tirado a sorte grande afinal, onde encontrar um homem que não gostasse de futebol. Não ia a bares. Não tinha amigos enchendo o saco o tempo todo. Gostasse de comédias e filmes românticos. Um homem que tinha tudo incomum com ela.
Definitivamente tudo.
Eram almas gêmeas. A tampa e a panela.
Eram felizes. E assim seriam por toda a vida.
Gostos iguais. Programas iguais. Não tinha nada que desse errado entre eles dois. Com certeza haviam nascido um para o outro.
Ah, que pena! Que pena, que tudo não foi um mar de flores. Que pena.
Agora ela esta destruída. Acabada. Dilacerada. Seu coração apanhava, não mais batia.
Eram iguais ele e ela. Ela e ele. Tinham muito em comum. Na verdade tinham tudo em comum.
Gostavam de novela. Filmes românticos. Comédias. Odiavam futebol. Não bebiam. Não fumavam. Gostavam de passar a tarde passeando na praia. De ver o por do sol. De teatro. Vôlei. Pilates. Ioga. Era perfeito, ou quase perfeito.
Afinal eram iguais, em tudo, foi aí que a coisa ficou feia. Foi aí que o bicho pegou, afinal, ela gostava de homem e ele também.

                                                                                 Marc Souza




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