segunda-feira, 2 de junho de 2014

A FESTA


         
Ela era a menina mais bonita da escola, e, estava olhando para ele. Fixamente. Não tirava os olhos dele, desde que ele chegara à festa. Além da troca de olhares, vez ou outra, rolava um sorriso tímido. Mas, um sorriso.
         Assim foi quase a noite toda. Troca de olhares, sorrisos, afins. Apesar de tudo, ele não tinha coragem de ir conversar com ela. Ficava somente a observá-la. A cobiçá-la.
Afinal ela era a garota mais bela que ele vira em toda a sua vida. Era muito popular e tinha todos os garotos da escola aos seus pés.
Quanto a ele...
Ele não era feio. Para ser sincero, ele tinha uma beleza exótica. Peculiar. Para não falar estranha. Estava muito longe de ser popular sua vida social, ou melhor, seus amigos se resumiam a três ou quatro, todos do sexo masculino. Seus namoros, bem, seus namoros eram só virtuais. Platônicos.
Era invisível. Ninguém o via. Principalmente quando se tratava de pessoas do sexo oposto.
Mas, naquela noite tudo pareceria mudar. Logo, os ventos estavam soprando a seu favor. E soprando forte, afinal, a garota mais linda da escola não tirava os olhos dele.
O pior era que ele não sabia o que fazer. Sentia-se o garoto mais importante da festa. O garoto mais feliz da festa. No entanto só a olhava e sonhava, sonhava com situações que talvez, jamais aconteceriam.
Mesmo buscando forças em seu intimo. Coragem, onde não tinha. Estava completamente imóvel. Não conseguia sair do lugar. Não conseguia tomar qualquer atitude que fosse, a não ser retribuir o olhar. E sorrir, um sorriso bobo.
De repente ela sumiu, desapareceu. Ele procurou-a, mas não conseguia encontrá-la. Então alguém o tocou. Era ela. Linda. Parecia um sonho. Seus cabelos balançando ao vento, igual a um comercial de shampoo, deixou-o totalmente hipnotizado.
Aos poucos, os lábios dela foram se aproximando dos dele. O mundo parara. Tudo estava mais lento. Mais sedutor. Esperando um beijo ele fecha os olhos. Então ela fala bem baixinho ao seu ouvido.
- E aí, será que gata da sua irmã, vai demorar para chegar?


Marc Souza

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