Ela
era a menina mais bonita da escola, e, estava olhando para ele. Fixamente. Não
tirava os olhos dele, desde que ele chegara à festa. Além da troca de olhares,
vez ou outra, rolava um sorriso tímido. Mas, um sorriso.
Assim foi quase a noite toda. Troca de
olhares, sorrisos, afins. Apesar de tudo, ele não tinha coragem de ir conversar
com ela. Ficava somente a observá-la. A cobiçá-la.
Afinal
ela era a garota mais bela que ele vira em toda a sua vida. Era muito popular e
tinha todos os garotos da escola aos seus pés.
Quanto
a ele...
Ele
não era feio. Para ser sincero, ele tinha uma beleza exótica. Peculiar. Para
não falar estranha. Estava muito longe de ser popular sua vida social, ou
melhor, seus amigos se resumiam a três ou quatro, todos do sexo masculino. Seus
namoros, bem, seus namoros eram só virtuais. Platônicos.
Era
invisível. Ninguém o via. Principalmente quando se tratava de pessoas do sexo
oposto.
Mas,
naquela noite tudo pareceria mudar. Logo, os ventos estavam soprando a seu
favor. E soprando forte, afinal, a garota mais linda da escola não tirava os
olhos dele.
O
pior era que ele não sabia o que fazer. Sentia-se o garoto mais importante da
festa. O garoto mais feliz da festa. No entanto só a olhava e sonhava, sonhava
com situações que talvez, jamais aconteceriam.
Mesmo
buscando forças em seu intimo. Coragem, onde não tinha. Estava completamente
imóvel. Não conseguia sair do lugar. Não conseguia tomar qualquer atitude que
fosse, a não ser retribuir o olhar. E sorrir, um sorriso bobo.
De
repente ela sumiu, desapareceu. Ele procurou-a, mas não conseguia encontrá-la.
Então alguém o tocou. Era ela. Linda. Parecia um sonho. Seus cabelos balançando
ao vento, igual a um comercial de shampoo, deixou-o totalmente hipnotizado.
Aos
poucos, os lábios dela foram se aproximando dos dele. O mundo parara. Tudo
estava mais lento. Mais sedutor. Esperando um beijo ele fecha os olhos. Então
ela fala bem baixinho ao seu ouvido.
-
E aí, será que gata da sua irmã, vai demorar para chegar?
Marc
Souza
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