segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O FIM


Pegou o resto de água que tinha em casa e a acondicionou em uma garrafa térmica.
“Acabou” – pensou ele – “não há mais nada o que fazer”.
Olhou para sua mulher e filho que estavam sentados no sofá.
Era chegada a hora.
Pegaram algumas coisas de valor e colocaram em três mochilas, uma para cada um e saíram.
Deixando para trás suas casa, sem olhar para trás, sem poder olhar para trás.
E, como os povos nômades do inicio da civilização, puseram-se a andar em busca de água, em busca de um lugar onde pudessem viver. Ou melhor, onde pudessem sobreviver.
As ruas e as casas estavam totalmente vazias, totalmente desertas.
Perdidos, não sabiam para onde ir. Todas as pessoas que moravam próximos a eles já haviam deixado o local, eles, eram o que restaram. Os últimos.
Como a energia havia acabado aos poucos os meios de comunicação foram se extinguindo.
Norte? Sul? Leste? Oeste? Qual caminho a seguir? Será que faria alguma diferença?
Talvez agora, tudo já estivesse perdido e de nada adiantaria saírem dali.
Mas tinham que tentar.
Tinham que lutar.
Lutar até as últimas conseqüências.
Até os últimos minutos.
Buscar a ultima chance.
Chance que talvez nunca chegasse.
Pois havia chegado o fim.

O fim da humanidade.

Marc Souza

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