Pegou o resto de água
que tinha em casa e a acondicionou em uma garrafa térmica.
“Acabou” – pensou ele –
“não há mais nada o que fazer”.
Olhou para sua mulher e
filho que estavam sentados no sofá.
Era chegada a hora.
Pegaram algumas coisas
de valor e colocaram em três mochilas, uma para cada um e saíram.
Deixando para trás suas
casa, sem olhar para trás, sem poder olhar para trás.
E, como os povos nômades
do inicio da civilização, puseram-se a andar em busca de água, em busca de um
lugar onde pudessem viver. Ou melhor, onde pudessem sobreviver.
As ruas e as casas
estavam totalmente vazias, totalmente desertas.
Perdidos, não sabiam para
onde ir. Todas as pessoas que moravam próximos a eles já haviam deixado o
local, eles, eram o que restaram. Os últimos.
Como a energia havia
acabado aos poucos os meios de comunicação foram se extinguindo.
Norte? Sul? Leste? Oeste?
Qual caminho a seguir? Será que faria alguma diferença?
Talvez agora, tudo já
estivesse perdido e de nada adiantaria saírem dali.
Mas tinham que tentar.
Tinham que lutar.
Lutar até as últimas
conseqüências.
Até os últimos minutos.
Buscar a ultima chance.
Chance que talvez nunca
chegasse.
Pois havia chegado o fim.
O fim da humanidade.
Marc Souza
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