Poesias, Contos e Crônicas de Marc Souza e mais, as principais notícias culturais do Brasil e do Mundo
sábado, 31 de agosto de 2013
CASOS, ACASOS E DESCASOS
VEM AÍ O LIVRO casos, Acasos e DEScasos de Marc Souza.
As crônicas do Marc reunidas em um livro sensacional.
CASOS, ACASOS E DESCASOS.
A DECLARAÇÃO
A DECLARAÇÃO
Naquele dia, entrou no ônibus
decidido; Iria se declarar a ela. Dizer que a amava. Que ela era o grande amor
de sua vida. Há dias pensava nisso e naquele momento havia tomado a grande
decisão. Não mais esconderia seus sentimentos. Não mais.
Ele a amava desde o primeiro dia que
a vira entrar naquele ônibus lotado. De repente, na confusão de pessoas que
procuravam se acomodar dentro do ônibus lotado ela surgiu. Linda. Radiante. De
uma hora para outra tudo se transformou. Não havia mais caos. Não havia mais
desconforto. De uma hora para outra o sofrimento, a dificuldade daquela
situação transformou-se em prazer. Prazer em vê-la mesmo que a distância. Seus
olhos. Seus cabelos. Seu jeito meigo de ser. De repente se viu apaixonado.
Perdidamente apaixonado por aquela garota.
A partir daquele dia ele não via a
hora de tomar o ônibus de manhã. Apesar do sofrimento que era enfrentá-lo
naquele horário, horário em que todos iam para o trabalho. Queria vê-la. Nem se
fosse de longe. Ele fazia de tudo para ficar próximo a ela. Algumas vezes,
quando tinha lugar para ele sentar, logo que ela entrava no ônibus usava de seu
cavalheirismo passando-lhe o lugar. Quando não, fingia dormir para que ninguém
sentasse ao seu lado na poltrona até ela chegar.
E trocavam olhares. Trocavam
sorrisos. Mas nunca, nunca conversaram. Nunca trocaram uma palavra sequer. Até
aquele dia. Aquele fatídico dia.
Na noite anterior ele ensaiara todos
os passos que daria na manhã seguinte. A forma de se comportar. As palavras a
dizer. Ficou horas e horas na frente do espelho. De manhã, tomou um banho.
Passou sua melhor colônia e saiu. Decidido. Iria definitivamente entregar-se a
seu grande amor.
O ônibus estava praticamente vazio
quando entrou. “Um sinal” – pensou - “Um bom sinal”. Encontrou uma poltrona
vazia e sentou-se. Para que ninguém sentasse ao seu lado fingiu dormir. Vez ou
outra abria os olhos discretamente observando a movimentação dos passageiros,
mas, mais uma vez tudo ocorreu bem. Tudo estava contribuindo para que ele
naquela manhã se entregasse ao amor. E declarasse de uma vez todo o amor que
sentia por ela.
Mais uma parada e lá vem ela. Bela.
Iluminando todo o local. Trazendo luz às trevas do seu coração. Trazendo o
cantar dos pássaros ao silêncio da sua vida. Ele fica nervoso. Tenso. Ansioso. De
repente seu coração começa a bater forte. A respiração esta ofegante, mas ele
luta contra a ansiedade com todas as suas forças. Então se levanta e oferece um
lugar ao seu lado. Ela lhe sorri e senta-se.
“Agora é a hora” – pensa – “Tudo
esta saindo como planejado” “É um sinal”.
Estão lado a lado. Ele tenta conter
a ansiedade antes de puxar conversa com ela, afinal não quer passar vergonha na
frente da pessoa amada. Tenta controlar a respiração, abaixar os batimentos
cardíacos. Afinal parece que o seu coração vai sair pela boca.
Trocam olhares. Sorrisos.
“É hoje.” “Tem que ser”. “Meu Deus!
Como ela é linda!”. “Linda!”.
Ela olha para ele e sorri. Um
sorriso que o deixa hipnotizado. Paralisado. “Ela me ama, vejo em seus olhos”.
“Seu sorriso”. “Seu olhar”. “É agora, tem que ser”.
Encorajado com a situação, ele a
olha ternamente. Um olhar de pessoa apaixonada. Então, antes de se declarar:
- Moço!? – começa ela - O senhor... Desculpe,
mas... O senhor esta com uma caquinha no nariz. Bem aqui ó... – completa
fazendo um sinal.
Foi um banho de água fria. A
vergonha tomou conta dele, que, limpando o nariz rapidamente levantou-se e saiu,
em silêncio. Logo no primeiro ponto que o ônibus parou, ele desceu, e nem olhou
para traz.
Marc Souza
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
DESTINO
DESTINO
Ele nasceu e cresceu em um bairro
muito pobre. No local, a violência imperava, e, os traficantes davam as cartas.
Mandavam em tudo e em todos. Criavam as suas próprias leis. Desde criança
conviveu com esse mundo, que, de tempos em tempos, levava um de seus amigos.
Seja para o vicio, para cadeia ou para a morte.
Apesar das situações adversas que
vivia, ele nunca se envolveu com este mundo. Nunca traficou, ou usou drogas.
Nunca roubou, apesar de ter pensado algumas vezes em fazer isso. Passou ileso a
estas situações.
Sua vida era o campo de futebol. De
terra batida, cheio de buracos e com os gols feitos de madeira, ela passava o
dia todo, descalço, brincando com sua bola velha, surrada pelo tempo e pelo
choque contra o chão duro. Nele jogava grandes partidas, imaginárias claro,
mas, grandes partidas. E que partidas. Nelas ele era o ídolo. O artilheiro. O
campeão. O melhor do mundo.
Um dia, nestas reviravoltas que só a
vida dá, um rapaz que passava pelo campo de futebol viu-o jogar e ficou
fascinado com sua habilidade. Então, levou-o para um time de futebol da cidade
para fazer um teste. Depois outro. Logo ele assinou um contrato. Depois outro.
Aquele menino, que jogava futebol no campo esburacado de terra tornou-se
jogador de futebol.
Jogou em grandes clubes de futebol.
Jogou na seleção. Correu o mundo com sua arte. Ganhou dinheiro. Muito dinheiro.
Comprou casas, carros, iates. Ficou rico. Com a riqueza, começaram os
problemas. Problemas pessoais. Problemas profissionais. Problemas de
indisciplina. Foi afastado de um clube uma vez. Depois outra.
De repente não conseguia mais se
controlar. Tornou-se um problema. Um grande e caro problema. Aos poucos as
propostas foram rareando. Voltou ao país. Não conseguiu se adaptar a clubes
grandes.
Começou a jogar em clubes pequenos,
de pouca expressão, mas, mesmo assim, o ônus para estes clubes eram maior que o
bônus. Então, jovem, teve que abandonar o futebol.
Hoje, ele pode ser visto na
periferia da cidade, jogando em um campinho de futebol de terra batida, cheio
de buracos, com uma bola velha. Corre de um lado para outro, sozinho,
comemorando seus gols e abraçando seus amigos imaginários.
Após
o jogo, ele segue descalço, para a sua casa simples, onde guarda todas as
lembranças do que um dia foi.Marc Souza
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
CARTA À PRESIDENTE
CARTA À PRESIDENTE
Três horas da tarde e o corpo estava ali, caído. Jogado no meio fio,
inerte, sem vida. As pessoas que passam pelo local não notam sua presença, ou,
se notam a paisagem é tão natural que sequer olham. Passam rápido, correndo,
absortos em seus pensamentos, em seus problemas.
Horas mais tarde, a polícia chega ao local e aciona o IML. As roupas
sujas e rasgadas sugestionam que o corpo sem vida possa a ser de um sem teto,
de um indigente. Ao procurarem algo que possa identificar o corpo, a polícia
não encontra nada além de uma carta. O
papel, muito amassado e sujo é rapidamente descartado pelos policiais,
que o jogam fora.
Minutos depois, o IML leva o corpo, deixando no local, somente a carta,
que muda de lugar de acordo com o vento que sopra lentamente, triste, sem
forças, parecendo sentir a perda daquele ser sem vida que estava ali, naquele
local, abandonado e sozinho.
Dias depois, uma pessoa ao passar pelo local vê um papel jogado no chão
e, sem saber por que, o pega. De repente a pessoa é acometida por uma
curiosidade muito grande de saber o que esta escrito naquele pedaço de papel,
tão machucado pela ação do tempo, então o lê.
Carta à
Presidente:
Senhora Presidente,
Perdoe-me pela intransigência, mas, nestes últimos minutos que tenho de
vida queria lhe falar.
Há muito tempo atrás, fui muito importante na vida dos meus filhos e era
de grande importância para todos os que estavam a minha volta, e, aos que
estavam comigo. Aliás, ainda sou muito importante na vida deles, mesmo que
muitos achem que não. Mas agora, estou doente, muito doente. E, não tenho mais
forças para lutar. A morte, para mim, é iminente. Vejo-a chegando, quieta,
devagar. Não há mais força para lutar, não tenho mais como fugir. Pra ser
sincero, eu nem sei se quero fugir. A tristeza que sinto no fundo do meu
coração me impede de lutar.
Fui abandonado, aos poucos, perdi tudo o que eu tinha. Sem qualquer
escrúpulo por parte dos meus, fui incessantemente, roubado. Sabe senhora, nasci
rico. Minhas riquezas eram quase que infinitas. Na verdade, tive todas as
condições de me tornar o mais rico do mundo, mas, infelizmente, isso não
aconteceu. Meus filhos, inclusive os que foram adotados, aos poucos foram me
desfalcando, me roubando. Ao invés de cuidarem da minha riqueza para que eu me
fortalecesse cada vez mais, eles simplesmente, retiraram tudo o que eu tinha.
Tudo. Então, aos poucos fui empobrecendo, perdendo tudo o que eu tinha, até
restar o que eu sou agora. Até restar o que eu tenho agora.
Em cada mudança de gestores na administração da minha riqueza, a conversa
era sempre a mesma: “Melhores tempos virão”. No entanto, esses tempos nunca
chegaram. Conforme meus recursos financeiros iam acabando, meus filhos
começaram a fazer empréstimos em meu nome. Empréstimos a juros altos, na
verdade exorbitantes. O dinheiro para pagar estes empréstimos era tirado dos
meus filhos mais pobres, transformando-os em miseráveis, enquanto aqueles que
me roubavam e faziam empréstimos em meu nome a cada dia se tornavam mais e mais
ricos. Percebi que as coisas não estavam nada bem, que nenhumas das atitudes
que meus filhos tomavam davam certo. No entanto, nada podia fazer.
Das várias empresas que tive, e não foram poucas, quase todas foram
vendidas, principalmente as que davam lucro. E o que é pior, eu sequer vi o
dinheiro da venda delas. Disseram que o dinheiro foi para me ajudar e ajudar
aos meus filhos, mas, sinceramente, tanto eu, quanto os meus filhos, nunca
recebemos ajuda alguma. Na verdade, o estado miserável o qual nos encontrávamos
somente aumentou.
Senhora Presidente, a senhora não sabe o quanto é difícil ver um filho
seu passando por necessidades e você não ter condições de ajudá-los. Você não
sabe o quanto é difícil ver seus filhos desviarem recursos que poderiam ajudar
aos seus irmãos mais pobres, em proveito próprio. Roubando dos seus irmãos mais
pobres, para ficarem cada dia mais ricos. Espero que a senhora nunca passe por
isso.
Estou muito doente, não só eu, mas meus filhos mais pobres também estão. O
que me entristece é que eu não posso, quero dizer, eu não consigo fazer nada,
para nos ajudar. Dependemos da Saúde Pública, e esta, também esta, morrendo.
Agoniza no Centro de Tratamento Intensivo, respirando com a ajuda de aparelhos.
Aparelhos ultrapassados, velhos, sucateados. Sinceramente, acho que a Saúde Pública
já morreu, e, estão nos enganando, pois, seus responsáveis, não têm a coragem
de nos dizer a verdade. Procuram ganhar tempo, à espera de um milagre.
Entre muitas das minhas doenças, está a depressão. A desilusão e a
infelicidade tomaram conta de mim. Não tenho mais forças para lutar, estou à
mercê de alguns dos meus filhos. Daqueles que acham que são os meus donos.
Daqueles que acham que podem me usar e fazerem comigo o que bem quiserem.
Daqueles que me usam para enriquecer a si próprios e aos seus mancomunados.
Diante disso o futuro da minha família é incerto. A maioria dos meus
filhos vive refém dos seus irmãos “mais espertos”. Daqueles que foram nomeados
para lhes protegerem, mas que na verdade, usurpam toda a minha riqueza, que também
é deles. Pobres coitados, que a cada dia morrem de fome, de sede, de doenças
diversas, abandonados nas filas dos Prontos Socorros ou de alguma Unidade de Saúde,
abandonados à mercê da sorte.
Cara presidente desculpe, mas não sei mais o que fazer. Estou vivo, mas morto.
Sou rico, mas ao mesmo tempo, muito pobre. Saiba que eu, e a maioria dos meus
filhos vivemos, ou melhor, sobrevivemos das migalhas deixadas por aqueles que
têm por obrigação, cuidar de nós. Aqueles que foram escolhidos para melhorar a
nossa vida. Aqueles que foram escolhidos para cuidarem das minhas riquezas de
forma responsável, para que todos tenham uma vida digna, com saúde, lazer, bem
estar, e, principalmente, segurança.
Espero que a senhora, após ler estas poucas linhas, possa me ajudar. Só a
senhora pode me ajudar, aliás, ajudar os meus pobres filhos, antes que seja
tarde. Antes, que seja tarde demais. Por favor, este é meu único pedido. Não
deixe mais que nos enganem. Dizem, também, que estou com boa saúde e que os
meus filhos também, mas, a senhora sabe que é mentira. Dizem que estou seguro,
que a minha segurança e a de meus filhos é exemplar, mas, sabemos que isso
também não acontece. Dizem até, que os meus filhos mais velhos estão sendo bem
cuidados e que recebem o suficiente para suas necessidades. Mas a senhora
sabe...
Ah, já estava me esquecendo, falam aos quatro ventos, que fui educado nas
melhores escolas, não só eu, mas todos os meus filhos, infelizmente, outra mentira.
História da carochinha, inventada por aqueles que só pensam em tirar vantagem
dos seus irmãos mais humildes. Sem contar que segundo eles todos os meus filhos
estão empregados, e bem empregados o que não deixa de ser mais uma fantasia.
Ah! Como sofro, pensam que eu sou burro, idiota, esquecem que, quando eles
chegaram aqui, eu já estava, há muito tempo. Pensam que me enganam, me
ludibriam. Tolos. Idiotas. Ladrões.
Desculpe senhora, mas estou muito fraco, agonizando. Não só eu, mas, meus
filhos mais humildes também. Estes, que, comigo, morrem cada dia um pouquinho.
Uma morte lenta e triste. Por isso peço-lhe que nos ajude. A senhora pode mudar
tudo isso, e, ajudar os meus filhos mais pobres, os meus filhos mais humildes.
Pois, são eles que ajudaram a me construir. São eles que me amam, mesmo eu lhes
dando tão pouco.
Sinto fraqueza. Estou ficando sem forças. Sem vida.Tenho que parar por
aqui.
Mais uma vez, peço que me desculpe.
Eu... Eu não estou legal... Acho que estou delirando... Acho que... Acho
que vou morrer...
Ajude-me, antes que eu...
Brasil.
Marc Souza
UM AMOR
UM AMOR
Todos
os dias ele estava ali, observando. Admirando. Sonhando.
Todos os dias ele ficava parado,
como se estivesse hipnotizado pela sua beleza. É claro que para não perceberem
sua presença mudava de lugar, às vezes até se escondia. Mas não deixava de
olhá-la. Não deixava de admirá-la. Nem por um minuto sequer.
Ao longe, sonhava. Sonhava com o dia
em que estaria junto dela. Para sempre. Para todo o sempre. Afinal, amava-a.
Amava-a mais do que tudo na sua vida. Desejava-a de tal maneira que seria capaz
de realizar qualquer loucura para poder ficar com ela.
Qualquer loucura.
Mas as circunstancias...
Sua vida se resumia a ficar perto
dela. Mas, ao mesmo tempo, longe. Não podia tocá-la. Só podia observá-la.
Admirá-la. Desejá-la.
Às vezes chegava próximo a ela.
Muito próximo. Tão próximo que poderia sentir seu cheiro. Seu calor. Nestes
momentos era acometido por uma ebulição de sentimentos.
Mas, nem sempre era assim. Nem
sempre era possível ficar próximo à sua amada. Por isso, na maioria das vezes
ficava de longe observando. E desejando estar ali juntinho dela. Ou que ela
estivesse junto a ele.
Fariam uma dupla perfeita, pensava.
Viveriam grandes aventuras. Realizariam grandes feitos. E, seriam felizes.
Felizes para sempre.
De longe chorava a falta da amada.
De longe chorava a sua ausência. E sonhava. Sonhava... Sonhava...
Um dia, não aguentando mais amá-la
em segredo. Não aguentando mais aquela dor que transpassava o seu coração.
Tomou uma decisão. Uma decisão que mudaria a sua vida.
Naquele dia, acordou bem cedo. Tomou
um banho demorado. Passou sua melhor colônia. Colocou a sua melhor roupa, e
saiu. Foi ao encontro da sua amada. Foi ao encontro do amor. O amor que a
partir daquele dia transformaria a sua vida.
Voltou horas depois. Feliz. Realizado.
O amor havia tomado conta de si. O amor havia tomado conta da sua vida. Era só
sorriso. Só felicidade. Era só amor. Afinal estava junto daquilo que mais amava
e desejava em toda a sua vida. Ao voltar para sua casa trouxe consigo aquela
que transformou a sua vida para sempre: Uma bicicleta de alumínio de trinta
marchas. Uma beleza. Um brinco.
Um
amor!!!
Marc Souza
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
INESQUECÍVEL
INESQUECÍVEL
Ela
estava linda. Divina. Maravilhosa. Toda vestida de céu. Tendo o sol a iluminar
e poetizar toda a sua exuberante e fascinante beleza.
Foi
assim que ele a viu pela última vez. E foi assim que ele se lembrava dela.
Inesquecível, tamanha a sua beleza. E foi
assim que ela ficou marcada na sua vida. Na sua memória. Para sempre.
Mesmo
depois de passado muitos anos a sua beleza não saía de sua mente. Vez ou outra
ela vinha povoar a sua memória, deixando-o fascinado. Hipnotizado. Então ficava
minutos, horas, sonhando. Relembrando, momentos que se tornaram inesquecíveis.
Invejava
a sua liberdade. Seu jeito de dançar. Solta pelo ar. Dançando ao som do
silêncio. Ao som de uma música que só ela ouvia. Tendo o vento, o sopro de
Deus, como parceiro. Entregue para ser levada a qualquer lugar. A lugar nenhum.
Para onde Deus quisesse. Para onde o destino a levasse.
Assim
era ela. Livre e bela. Assim estava ela naquele fatídico dia. Dançando ao
vento. Embelezando o céu, até sua linha ser cortada por uma linha com cerol,
fazendo-a se perder no infinito azul.
Marc Souza
A TRAIÇÃO
A TRAIÇÃO
Após o jantar a mulher colocou um DVD, para seu marido assistir. Nele
havia cenas do marido com a amante. Sem dar tempo para ele se explicar, em
seguida, apresentou-lhe fotos do casal, e, algumas gravações telefônicas com as
juras de amor trocadas por ambos.
O marido, estarrecido com a
situação, colocou as mãos no rosto e chorou. Chorou copiosamente.
Desesperadamente.
A mulher já ia dar o golpe final,
afinal, ela queria a separação. Ele teria que sair de casa. Conversa, agora
somente com os advogados. Ela não o perdoaria. Jamais. A separação era
definitiva. No entanto, antes da ultima frase dela, ele, sério olhou nos olhos
dela e disse:
- Eu não acredito... Não acredito
que você fez isso comigo. Não acredito que você teve a coragem de me fazer isso.
Eu... Eu... Desculpe, é que eu estou sem palavras. Você... Você... Você me
traiu! Você traiu a confiança que eu tinha em você. Meu Deus! Como você pôde
fazer isso comigo? Como você pôde fazer isso comigo depois desses anos todos?
Depois destes anos todos de casados, como você foi me trair assim, pelas
costas? Tirar fotos minhas. Filmar-me. Tirar a minha privacidade gravando
minhas conversas telefônicas. Você é um monstro! Como eu pude me casar com
você? Tantos anos de casado, tantos anos de dedicação, e, eu não te conhecia.
Como eu fui idiota! Como fui um bobo! Tonto! Tantos anos juntos e sequer
conhecia minha mulher. Sequer conhecia esta mulher fria e traidora que estava
escondida, bem debaixo do meu nariz. Que facada você me deu! Que facada pelas costas!
– A mulher não entendia nada do que estava acontecendo, afinal o traidor
naquela sala era ele, mas ele continuou. Chorando. Mostrando-se decepcionado. –
Isso dói sabia? Essa traição foi demais para mim. Foi demais. Desculpe, mas
achei que você fosse honesta. Achei que você fosse uma pessoa boa. Nunca,
sequer imaginei que você seria capaz de uma atitude como esta. Atitude baixa.
Desleal. É decepcionante. Decepcionante. Meu casamento, quero dizer, nosso
casamento foi uma farsa. O tempo todo, uma farsa. Uma mentira. Mas, Deus é bom,
e, graças a Ele, agora a mascara caiu, e eu, pobre coitado, descobri realmente
quem você é. Descobri a traidora que você é. Traidora! Megera! Traíra! Sua...
Sua...
A mulher ficou desesperada. Começou
a se sentir a pior das criaturas.
- Mas... Mas... – ela tenta dizer algo mas, não consegue.
- Você foi uma decepção para mim, sabia? Uma decepção. Enquanto eu
trabalhava, você ficava em casa pensando em como me prejudicar. Pensando em
como me humilhar. É isto que eu sinto agora. Estou humilhado. Decepcionado.
Estou desiludido com você. Sempre tão... Sempre tão boazinha. Dedicada. Tudo
uma farsa. Uma farsa montada nesta mente poluída. Nesta mente podre. Como pude
me enganar assim. Como pude – diz chorando copiosamente.
Decepcionada consigo mesma. Ela abraça o marido e o beija. Desculpa-se
pelo ocorrido. Pede uma nova chance. Uma nova chance para ambos, afinal esta
não passa de uma fase ruim que estão vivendo, diz a ele baixinho, quase sussurrando
em seu ouvido.
- Passaremos por esta. – continua – Unidos. Como nunca. Você vai ver.
Depois desta tempestade nosso casamento ficará ainda mais forte.
Sem olhar nos olhos dela, ele a perdoa, e, claro, promete melhorar, mas,
não antes de ela prometer que nunca, nunca mais vai “traí-lo” de novo.
Marc Souza
domingo, 25 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
EM BUSCA DA LIBERDADE
EM BUSCA DA LIBERDADE
É interessante como o ser humano vive sua vida inteira em busca de
liberdade. Desde sempre, quer ser livre. Desimpedido. Busca incessantemente o
seu direito de ir e vir e poder fazer o que bem entender. Mas, nem sempre consegue.
Pra falar a verdade quase nunca.
Vejamos:
Desde muito jovem, ainda criança de colo, o ser humano sonha em ser
livre. No colo da mãe, ao ver os meninos maiores correndo pela casa, sonha, em um
dia poder se livrar daqueles braços, afetuosos claro, e se jogar no chão.
Correr por entre os cômodos. Explorar a casa toda com seus brinquedos. Esconder
da mamãe. Puxar os pelos do preguiçoso do gato. Enfim, sonha em ser livre para
fazer o que quiser.
Os dias vão passando, e logo, ele esta ali, andando para cima e para baixo.
Espalhando seus brinquedos pela casa. Quebrando alguns objetos do papai. Enfim
o grande dia chegou e ele, agora, pode fazer o que quiser. É quando percebe
que, aquele mundo em que vive é muito pequeno e as crianças que outrora corriam
pela casa, agora, correm na rua. Andam de bicicleta. Jogam futebol. Sobem nas
arvores. Tem uma gama de atividades, muito mais legais do que aquela de ficar o
tempo todo dentro de casa sendo policiado pelos adultos.
Decepcionado com suas limitações, ele passa a sonhar com o dia em que
poderá fazer como as outras crianças, e poder brincar sozinho na rua. Poder
brincar de bola, de pique esconde, pega-pega...
O tempo urge, e, passa. Logo lá está ele correndo pelas ruas do bairro.
Jogando futebol no campinho. Soltando pipa. Realizando, enfim, o seu sonho de
liberdade. Não precisa mais ser policiado o tempo todo pelos pais ou irmãos
mais velhos. Agora, ele sai de casa de bicicleta, sozinho, e percorre todo o
bairro. Brinca com os amigos e até paquera.
Mas, a tão esperada liberdade, mais uma vez o decepciona, mostrando-se,
mais uma vez limitada. Ele quer sair à noite. Ir ao shopping. Ao cinema.
Namorar. Não quer mais assistir as matines. Ou ser levado para as festas pelos
pais. Ele quer sua liberdade definitiva.
Na adolescência sente um pouco da liberdade que tanto anseia. Pode sair
de dia ou de noite. Não precisa mais assistir as matinês. Vai às festas
sozinho. Mas, mesmo assim, tem sua liberdade vigiada. Têm horários para
cumprir, ou o castigo é severo. Tem que comunicar aonde vai e com quem vai. E,
nem sempre é atendido.
Mas, como quem espera sempre
alcança, felizmente, chega a idade
adulta. E com isso, a tão sonhada liberdade. Sai quando quer. Volta quando
quer. Vive em festas. Bailes. Danceterias. Curte a vida.
De repente, percebe que falta algo. Percebe que, para conseguir tudo o
que anseia e ser definitivamente livre ele precisa se formar. Precisa de um bom
trabalho. Um bom salário. Afinal, querendo ou não, esta liberdade é cara.
Precisa de um carrão. Potente. Equipado. Precisa de uma casa só para si. Só
assim, será totalmente liberto. Só assim, será feliz. Definitivamente feliz.
Então, ele estuda e se qualifica. Arruma um bom emprego. Logo, compra um
carrão. Da uma boa entrada para comprar sua casa.
Agora, está livre.
Agora, está feliz.
Agora, tem tudo o que sempre sonhou.
Então...
Então ele se apaixona.
E...
E tudo volta a estaca zero.
Marc Souza
CLARICE
CLARICE
Clarice
sempre fora uma mãe dedicada e mulher exemplar. Advogada de formação e dona de
casa por opção, Clarice abandonara uma a carreira promissora em um dos melhores
escritórios de advocacia do país, por uma vida tranqüila, ao lado da pessoa que
sempre amara em toda a sua vida, e de seus filhos. Dois filhos. Estes, seus
bens mais preciosos.
Esposa de Emílio, médico pediatra e o amor de sua vida.
Por
Emílio ela abandonara tudo. Mas, não se arrependia. Era feliz com as escolhas
que fizera. Era feliz com a família que constituíra.
Era realizada, tinha um bom marido. Filhos maravilhosos. Uma
vida perfeita. Ou quase perfeita.
Aquele dia era um dia muito especial para Clarisse. Emilio
faria cinqüenta anos e ela queria lhe fazer uma surpresa. Por isso, convidou
seus amigos e familiares para uma festa, uma grande festa.
Uma festa inesquecível.
Como Emílio saia de manhã e só voltaria à noite, ela teria o
dia todo para organizar a tão sonhada festa. Tão merecida festa. E, o que era
melhor, Emílio nem desconfiaria da surpresa.
Os dias anteriores não foram fáceis para ela, ter que
esconder de Emílio o que tramara por meses era quase que impossível. Não sabia
mentir. Não sabia omitir. Em vários anos
de casamento nunca mentira ou omitira qualquer coisa de Emílio. Por isso, o
simples fato de realizar aquela festa, esta lhe tornando um sofrimento sem fim.
Graças a Deus havia terminado. E todo o esforço seria recompensado naquela
noite.
Desde cedo, uma correria tremenda tomou conta de todos.
Filhos, empregados e familiares entravam e saiam da casa, todos, sob as ordens
de Clarice. Na verdade a casa estava um caos. Uma bagunça só. Mas, todos se
esforçavam para fazer o melhor.
Clarice Merecia. Emilio também.
E tudo, tudo seria perfeito.
De repente, Emilio chega. Assusta-se com a movimentação. Sem
entender procura a emprega, que se esquiva. Nervoso Emilio vai até Clarice que,
a princípio, não sabe o que fazer. Sem opção, sem desculpas para contornar
aquela situação Clarice abre o jogo. Conta-lhe tudo. A surpresa fora desfeita.
Clarice ficou chateada, afinal, após de tanto esforço para manter tudo em
segredo, este fora descoberto por causa de um celular que Emilio esquecera.
“Maldito celular” - pensou.
Emilio, então, friamente olhou-a nos olhos, e sem nenhuma
misericórdia, disse-lhe para parar com tudo. Não queria festa alguma. Não
queria homenagem alguma.
Descontrolado, ameaçou nem voltar para casa, caso ela
mantivesse aquela idéia e saiu, foi embora. Foi embora sem nem olhar para trás.
Não quis ouvir os argumentos dos amigos e dos filhos que estavam lá.
Simplesmente se foi.
Clarice passou a tarde toda a chorar. Trancada no quarto,
não atendeu ninguém. À noite, desceu para o jantar. Agiu como se nada tivesse
acontecido. E assim foi dia após dia. Nunca disse uma palavra acerca do
ocorrido naquela tarde. Mas, todos sabiam que aquela situação a machucara
muito. Viam em seus olhos uma tristeza. Uma angustia sem fim. Mas, nunca, nunca
Clarisse reclamou, nunca disse uma só palavra acerca dos seus sentimentos. Uma
só palavra acerca dos fatos ocorridos naquele fatídico dia.
Tempos depois, Clarice adoeceu. Câncer, disseram.
A
verdade é que aos poucos Clarice foi morrendo. Sua vida foi esmaecendo.
Escapando pelas mãos, como areia. Ela não lutou, nem um instante sequer.
Simplesmente se entregou.
Emílio
fez o que pode, desculpou-se, pediu perdão, sabia que era a razão do desgosto
de Clarice. Mas em vão.
Um
dia, após o trabalho, Emílio encontrou Clarice deitada na cama sem vida. No seu
rosto uma feição de felicidade. Felicidade que havia desaparecido deste então.
DE REPENTE MÃE
DE
REPENTE MÃE
Ao
ver tão bela criatura emocionou-se. Dos seus olhos desceram as mais sinceras
lágrimas. Estava feliz. Realizada. Aquele sem dúvida era o dia mais feliz da
sua vida. O mais importante também. O ciclo da vida se completara e ela era
parte integrante.
Como
sou feliz – pensou. Como sou feliz.
Aquele
ser pequenino com os olhos fechados era parte de si. Sangue do seu sangue.
Carne da sua carne. Naquele momento descobrira que não morreria jamais. A
semente plantada fora fecundada. E ela dera a luz àquele ser, lindo à sua frente.
De
repente era fora tomada por uma angustia muito grande. Um medo quase que
incontrolável.
De
repente sentiu todo o peso do mundo em suas costas. E, o que era pior, não
sabia que teria condições de carregá-lo. Não sabia se teria forças para vencer
todo o medo e insegurança que sentia.
Ao
olhar aquele belo ser tão, tão inocente. Tão indefeso. Teve vontade de chorar,
de correr. Teve vontade sumir dali. Não que não amava seu filho. Amava-o mais
que tudo na vida. Por isso temia. Por isso estava desesperada.
Não
era capaz. Não era capaz.
Por
um momento pensou um fugir. Pensou em sair dali sem olhar para trás. Deixar que
alguém mais capaz que ela cuidasse do seu filho. Faria isso por amor. Queria o
melhor para o seu filho. E não achava que ela poderia dar-lhe o melhor. Naquele
momento, respirou fundo e olhou ternamente, como se despedisse dele. Abençoou-o
quando alguém chegou ao seu lado.
-
Eu... Eu não sei se consigo – disse ela para a pessoa recém chegada – Não sei
se sou capaz. Ele é lindo, mas tão... Tão indefeso, que tenho medo. Tenho medo
que...
-
Não se preocupe - interrompeu a mulher – Você acabou de se tornar mãe. Uma
verdadeira mãe.
As
palavras da mulher tomou conta de todo o seu ser, então ela entendeu todo o
medo que sentia. Entendeu o porquê de tudo. E chorou. Chorou de alegria, pois,
teve a certeza de que conseguiria.
Teve
a certeza de que àquele medo que sentia era natural, pois, toda a mãe sentia
aquele medo. Aquela insegurança. E descobriu que a cada dia, a cada mês, a cada
ano aquele medo somente faria aumentar. Era mãe. E sempre, sempre temeria por
ele. Mas sempre, sempre faria o melhor e com medo ou sem medo realizar-se-ia
para sempre.
Marc Souza
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
domingo, 18 de agosto de 2013
DELIVERY
DELIVERY
Naquela manhã a cidade
amanheceu muito agitada.
Vários panfletos haviam
sido jogados na noite anterior por entre as suas ruas, os quais falavam sobre a
inauguração de um certo delivery.
“É a modernização
chegando à nossa cidade” – pensavam alguns.
“Enfim, entramos
definitivamente no século XXI” - diziam outros.
Todos os habitantes
estavam empolgados e felizes, afinal, a muito tempo nada de importante
acontecia na cidade.
Por isso os comentários
eram os mais diversos.
Conforme os dias se
passavam a curiosidade dos cidadãos aumentava, nas casas, no trabalho, no
boteco ou nas ruas o assunto era sempre os mesmo, a bendita inauguração do tal
delivery.
O prefeito, empolgado
com toda a situação e aproveitando-se do momento oportuno para fazer uma
pequena propaganda eleitoral, mandou construir um palanque defronte o local
onde seria inaugurado o delivery.
Chegado o grande dia da
inauguração, a cidade toda estava lá, aguardando o grande acontecimento. A
banda marcial tocava efusivamente clássicos da musica nacional.
O prefeito, todo
sorridente, acenava para a população que estava entre o palanque e a loja a ser
inaugurada.
Todos estavam felizes e
ansiosos.
De repente, as portas se
abrem.
O prefeito faz um sinal
e a banda marcial começa a tocar mais alto, mais forte, mais rápido.
Há satisfação nos olhos
do prefeito, afinal, ele pensa, tal acontecimento poderá auxiliá-lo na
reeleição.
Os acenos aumentam. Os
sorrisos também.
“A modernidade”.
“O futuro”.
Então.
- Que porra é esta? –
diz o prefeito ao ver uma pessoa retirar do interior do estabelecimento, algumas
motocicletas, restando em seu interior, somente, uma mesa de escritório, um
computador e um telefone.
O povo sem entender
nada, olha para o prefeito, surpreso.
- Venha cá? – pergunta o
prefeito para um dos funcionários do estabelecimento - Cadê o delivery?.
- Hã? Como assim, cadê o
delivery? – responde o funcionário.
- Hoje não é o dia da
inauguração do tal delivery?
- Sim, é!
- Então? Cadê o dito
cujo?
- Senhor, me desculpe,
mas, este é o delivery – responde constrangido.
- Como assim?
O prefeito desce do
palanque e vai até a loja, olha-a desconfiado.
- Senhor Prefeito,
delivery nada mais é, do que uma empresa de entregas.
- Uma empresa... De entregas?
– decepcionado – Entregas...
- Exatamente!
- Entregas???
O prefeito faz um sinal
e a banda recomeça a tocar, então, sai de fininho.
A multidão fica triste,
desiludida com o ocorrido.
- Entregas... Uma
empresa de entregas... – sai dizendo um cidadão -... Isso o leiteiro já faz há
muito tempo... Delivery... Delivery... Pra que um nome desses... Pra que...
sábado, 17 de agosto de 2013
EM BUSCA DE UMA LUZ
A
escuridão era total. Não dava para enxergar a centímetros, ou melhor, não dava
para enxergar milímetros à frente. Tamanha escuridão deixava o clima
assustador. Desesperador.
Mas,
não desistiam, apesar das dificuldades que a escuridão impunha a eles,
continuavam a procurar um lugar seguro. Sabiam que seria mais fácil esperar a
luz do sol chegar, no entanto, esperar estava fora de cogitação. Precisavam
encontrar um lugar onde as trevas não dominassem tudo. Para seu próprio bem.
Para o bem de toda a sua raça.
Com
a escuridão como companheira fiel e assustadora, viajavam em busca da luz.
Viajavam em busca de um porto seguro, onde pudessem encontrar a tranquilidade.
A felicidade. A paz.
Após
horas viajando na escuridão sem fim, surge um ponto de luz, destacando-se no
meio das trevas.
De
repente, uma grande euforia toma conta de todos. O medo, a insegurança começam
a se dissipar como em um passo de mágica. A luz. O paraíso esta próximo está há
um passo. Eufóricos, ansiosos, vão à sua direção. Em direção à felicidade. A
tão sonhada e aguardada luz.
A
luz aos poucos vai aumentando. Aos poucos vai se fortalecendo. Ficando forte.
Forte. Cegando a todos, até que... Escuridão total...
Na
manhã seguinte estavam todos mortos, esmagados, no farol de um automóvel.
Marc
Souza
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
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