Estava
muito feliz pelo presente que dera a si mesmo. Havia muito tempo sonhara com um
presente desses, agora ele se tornara uma realidade. O sonho fora realizado.
De
agora em diante ele também teria um desses celulares de causar inveja às
pessoas. Um celular de última geração, destes que são usados nos países mais
adiantados tecnologicamente, como Estados Unidos e Japão.
Um
celular à prova d’água, internet de última geração, anti-risco, com comandos de
voz, destravamento por íris, enfim, um celular completo. Um celular de última
geração, destes utilizados nos filmes de ficção científica.
Seu
orgulho era tamanho que nem deixou a vendedora embrulhar o presente. Ficava
namorando-o. Olhando-o apaixonadamente. No carro colocou no banco do carona ao
lado do celular velho e, a cada parada, olhava-os comparando os dois.
“Que
lixo eu tinha” pensava. “Nem sei como eu não tinha vergonha de andar por aí com
um celular desses, tão... tão feio. Horrível.”
O
sinal estava vermelho. Ao parar o carro percebeu que uma mulher que estava no
carro do lado estava olhando-o. Era uma mulher linda. Tão linda que o deixou
hipnotizado. Não conseguia desviar o olhar. Estava apaixonado.
“Meu
Deus!” – ele pensou – “Que mulher linda!” “O que eu faço, o sinal vai abrir e
eu não posso perdê-la.”
Então
veio à sua mente uma idéia genial. Quando o sinal abriu ele jogou um de seus
celulares dentro do carro dela, assim, quando chegasse em casa ele ligaria para
ela, e marcaria um encontro, nem se fosse para ela devolver o celular.
Acelerou
o máximo que pode. Queria chegar em casa o quanto antes para ligar para aquela
que ele acreditava ser o seu amor.
Que
dia maravilhoso, realizara seu sonho de consumo, e conhecera o amor da sua
vida.
No
entanto ao parar o carro na garagem não pôde acreditar no que viu; Foi quando
percebeu que o celular que jogara no carro da mulher não fora o celular velho e
sim, o novo, que nem chip tinha.
Marc
Souz